Se Isto é um Mundo

  As inspeções periódicas do automóvel têm logo uma componente selectiva na medida em que se aplicam apenas a viaturas com pelo menos 4 anos de vida, o que exclui normalmente quem tem realmente boas vidas porque conseguem trocar a viatura dentro desse período ou mandam as mesmas à inspeção através da locatária. Por isso o ambiente nas inspeções acaba por ser sempre estranho já que temos praticamente apenas o povo, a classe trabalhadora pura que tem de manter o seu chaço até ele (literalmente) se começar a desfazer. Temos assim uma 'plêiade' de ilustres portugueses em calção de banho e camisa ou de calças e chinelos flip-flops.   A primeira reacção que temos é que vamos ser assaltados naquele espaço, agravada pelo estado de espírito dos 'inspectores', os quais apresentam quase sempre um semblante carregado e mal encarado (ou então sou eu que tenho muito azar!). E depois, quando se inicia a inspeção propriamente dita, sentimos que acabámos de entrar numa ditadura

Já começam a ser conhecidos alguns dos outdoors do novo partido de Santana Flops que irão andar por aí...

Existe um fenómeno que parece estar a alastrar-se pela nossa sociedade, algo que eu sinto que estamos a perder o controlo e não vejo o Governo e o resto da sociedade em geral a fazerem o que quer que seja para eliminar isto que, na minha opinião, pode ser o início do fim (passe a figura de estilo, que não sei qual é!) da nossa coabitação enquanto espécie inteligente. Falo, como obviamente já devem ter calculado, daquelas pessoas que vão aos supermercados e insistem em levar as compras na mão em vez de ser em sacos!! E aqui não estamos a falar de pessoas que foram só comprar um saco de pão ou uma palete de leite ou água que já vêm com pegas. Não, aqui estamos a falar (ndr: refiro-me a nós porque eu sei que vocês também padecem desta preocupação) de pessoas, vamos chamar-lhes assim, que levam uma série de compras nas mãos, colocando os braços perpendicularmente ao corpo como se fossem uma criança que, num casamento, leva as alianças em cima de uma almofada. Parecem artistas de

António Manuel Mateus Antunes, mais conhecido por Tony Carreira, lançou a sua biografia (no primeiro lançamento, na Fnac Colombo, conseguiu 17,14 metros, melhorando na edição seguinte, no Arrábida Shopping, para uns 18.56 metros). Vou discordar do nome, " O Homem que Sou ", na medida em que, para ser mais exacto, deveria ser " O Homem que Fui Até Agora " porque o presente, em termos filosóficos e creio que porventura também científicos, é algo que nunca existe (quando acabamos de dizer a frase "o presente é agora" já é na realidade passado). O presente só existia se conseguíssemos parar e/ou pausar o tempo. Ainda não tive oportunidade de ler toda esta obra magnífica (infelizmente este ano não há Nobel da Literatura mas há sempre esperança, pelo menos, para o Man Booker Prize ou, se quisermos mesmo sonhar alto, para o Troféu TV7Dias), mas deixo aqui alguns excertos para vos aguçar a curiosidade:   " Nasci numa terra em que o clima não ajudaria

O Neymar enrola na relva ninguém sabe o que ele diz bate na relva e desmaia porque se sente feliz   o Neymar também é casado o Neymar também tem mulher é casado com relva pode vê-la quando quer   (…)    

No Correio da Manhã quase tudo é péssimo, seja em formato papel, televisivo ou multimédia.   Mas há coisas que, de tão más, se acabam por tornar muito boas (e não estou a falar do contador de mortos por acidentes com tractores que eles têm, isso é apenas parvo, mas ao mesmo tempo é preocupante porque na realidade morre muita gente desta forma).   Os inquéritos de Verão são das melhores rubricas que os jornais e revistas têm para preencher folhas durante a silly season. No caso do Correio da Manhã isso ainda se torna mais interessante porque eles têm sempre perguntas básicas (fato de banho ou bikini? almoço ou jantar?), embora todos os anos acrescentem uma nova com um relevante interesse para a continuidade da espécie humana (no entanto ainda não é " morto ou vivo? ", cujas respostas acredito iriam surpreender muita gente).   Este ano temos a pergunta que faltava ao universo: " Mergulho de cabeça ou entrada a três tempos? "   O mergulho de cabeça